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Sexta-feira, 27 de Abril de 2007

Que Hiciste

Letra da nova música da J.Lo

Que Hiciste

 

Ayer los dos soñabamos con un mundo perfecto
Ayer a nuestros labios les sobraban las palabras
Porque en los ojos nos espiabamos el alma
Y la verdad no vacilaba en tu mirada

Ayer nos prometimos conquistar el mundo entero
Ayer tu me juraste que este amor sería eterno
Por que una vez equivocarse es suficiente
Para aprender lo que es amar sinceramente

Chorus:
Que hiciste hoy destruiste con tu orgullo la esperanza
hoy empañaste con tu furia mi mirada
boraste toda nuestra historia con tu rabia
y confundiste tanto amor que te entregaba
como un' permiso para si romperme el alma

Qué hiciste? nos obligaste a destruir las madrugadas
Y nuestras noches las borraron tus palabras
Mis ilusiones se acabaron con tus farsas
Se te olvido que era el amor lo que importaba
Y con tus manos derrumbaste nuestra casa

Mañana que amanezca un día nuevo en mi universo
Mañana no veré tu nombre escrito entre mis versos
No escucharé palabras de arrepentimiento
Ignoraré sin pena tu remordimiento

Mañana olvidaré que ayer yo fui tu fiel amante
Mañana ni siquiera habrá razones para odiarte
Yo borraré todos tus sueños de mis sueños
Que el viento arrastre para siempre tus recuerdos

 

 

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publicado por Pipoca às 10:43
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Quinta-feira, 26 de Abril de 2007

Crime Organizado

 

 

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publicado por Pipoca às 10:04
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Quarta-feira, 25 de Abril de 2007

25 de Abril

publicado por Pipoca às 15:21
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Terça-feira, 24 de Abril de 2007

Até aos Cumes

 

Lança a tua luva aos pés do Desespero, e verás que não aceita o desafio. Sê - conforme a seiva que tiveres - e vencerás. Levanta-te das pedras que te feriram e deixa que o teu sangue as envergonhe. Não troques nunca o teu sorriso pelas lágrimas, se o anelo do fácil te segredar: "Basta!"

Constrói-te com paciência até aos cumes, e não invejes a gente da planície. Não hesites nunca na Amizade pura, pois tu és o guardador de teu Irmão.

Ama - em Branco, em Grande e em Bom - e terás asas. Desprende-te de quem te retiver por prisioneiro, mas não recuses a mão ao afogado. Compromete-te para sempre com a Esperança, e ela te dirá que és um Menino.

Encara a vida de frente e com ternura. Entende, longe e quente, meretrizes, banqueiros, calafates e ministros..., e todos buscarão o teu segredo.

E se a quadriga moça do teu corpo freme - porque és Homem, porque és de barro, e porque és fraco - puxa as rédeas, meu valente, até à espuma, mas não te esqueças de que é pela Via-láctea que tu corres.

 

(Maria Lucília Bonacho)

publicado por Pipoca às 09:53
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Segunda-feira, 23 de Abril de 2007

Publicidade

 

 

 

Mais um video publicitário que adorei...

publicado por Pipoca às 17:47
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Sexta-feira, 20 de Abril de 2007

Contagem Decrescente!

1

 

Nem posso acreditar!

 

sinto-me:
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publicado por Pipoca às 10:13
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Parabéns!

 

 

Hoje faço anos... por isso: Parabéns para mim!

Hihihiihi

 

sinto-me:
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Quinta-feira, 19 de Abril de 2007

Contagem Decrescente!

 

2

Ai, ai! Nunca vi o fim tão perto...

Houve mesmo alturas em que pensei que não ia ser capaz! Mas, está quase, quase, quase!

 

sinto-me:
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publicado por Pipoca às 15:07
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Quarta-feira, 18 de Abril de 2007

Deve-se confiar desconfiando!

 

 

Era uma vez uma cobra que começou a perseguir um pirilampo que só vivia para brilhar.
Ele fugia rápido com medo da feroz predadora e a cobra nem pensava em desistir.
Fugiu um dia e ela não desistia, dois dias e nada.
No terceiro dia, já sem forças, o pirilampo parou e disse à cobra:
- Posso fazer três perguntas?
- Podes. Não costumo abrir esse precedente para ninguém mas já que te vou comer, podes perguntar.
- Pertenço à tua cadeia alimentar?
- Não.
- Fiz-te alguma coisa?
- Não.
 - Então porque é que me queres comer?
- PORQUE NÃO SUPORTO VER-TE BRILHAR!!!

E é assim,
diariamente , tropeçamos em cobras! 

Quantas conheces ?

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publicado por Pipoca às 10:23
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Terça-feira, 17 de Abril de 2007

Contagem Decrescente!

 

3

Já está quase!!!!

sinto-me:
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publicado por Pipoca às 12:38
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Segunda-feira, 16 de Abril de 2007

Varicela!

 

 

Aqui está o motivo da minha ausência...

Estive com varicela! Sim, eu sei, que varicela é doença de criança! Eu pensava que já era grande... afinal parece que não sou grande coisa!

Hihihihihi!

Pelo menos já passou a pior fase! Agora, bem... agora continuam as babas horrorosas à espera de cicatrizarem completamente! Só espero não ficar com nenhuma marca!

Enfim!

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Segunda-feira, 9 de Abril de 2007

O Homem

 

Era  uma  tarde  do  fim  de Novembro,  já sem nenhum Outono.

A cidade erguia as suas paredes de pedras escuras. O céu estava alto, desolado, cor de frio. Os homens caminhavam empurrando-se uns aos outros nos passeios. Os carros passavam depressa.

Deviam ser quatro horas da tarde de um dia sem sol nem chuva.

Havia muita gente na rua naquele dia. Eu caminhava no passeio, depressa. A certa altura encontrei-me atrás de um homem muito pobremente vestido que levava ao colo uma criança loira, uma daquelas crianças cuja beleza quase não se pode descrever. É a beleza de uma madrugada de Verão, a beleza de uma rosa, a beleza do orvalho, unidas à incrível beleza de uma inocência humana.

Instintivamente o meu olhar ficou um momento preso na cara da criança. Mas o homem caminhava muito devagar e eu, levada pelo movimento da cidade, passei à sua frente. Mas ao passar voltei a cabeça para trás para ver mais uma vez a criança.

Foi então que vi o homem. Imediatamente parei. Era um homem extraordinariamente belo, que devia ter trinta anos e em cujo rosto estavam inscritos a miséria, o abandono, a solidão. O seu fato, que tendo perdido a cor tinha ficado verde, deixava adivinhar um corpo comido pela fome. O cabelo era castanho-claro, apartado ao meio, ligeiramente comprido. A barba por cortar há muitos dias crescia em ponta. Estreitamente esculpida pela pobreza, a cara mostrava o belo desenho dos ossos. Mas mais belos do que tudo eram os olhos, os olhos claros, luminosos de solidão e de doçura. No próprio instante em que eu o vi, o homem levantou a cabeça para o céu.

Como contar o seu gesto?

Era um céu alto, sem resposta, cor de frio. O homem levantou a cabeça no gesto de alguém que, tendo ultrapassado um limite, já nada tem para dar e se volta para fora procurando uma resposta: A sua cara escorria sofrimento. A sua expressão era simultaneamente resignação, espanto e pergunta. Caminhava lentamente, muito lentamente, do lado de dentro do passeio, rente ao muro. Caminhava muito direito, como se todo o corpo estivesse erguido na pergunta. Com a cabeça levantada, olhava o céu. Mas o céu eram planícies e planícies de silêncio.

Tudo isto se passou num momento e, por isso, eu, que me lembro nitidamente do fato do homem, da sua cara, do seu olhar e dos seus gestos, não consigo rever com clareza o que se passou dentro de mim. Foi como se tivesse ficado vazia olhando o homem.

A multidão não parava de passar. Era o centro do centro da cidade. O homem estava sozinho, sozinho. Rios de gente passavam sem o ver.

Só eu tinha parado, mas inutilmente. O homem não me olhava. Quis fazer alguma coisa, mas não sabia o quê. Era como se a sua solidão estivesse para além de todos os meus gestos, como se ela o envolvesse e o separasse de mim e fosse tarde de mais para qualquer palavra e já nada tivesse remédio. Era como se eu tivesse as mãos atadas. Assim às vezes nos sonhos queremos agir e não podemos.

O homem caminhava muito devagar. Eu estava parada no meio do passeio, contra o sentido da multidão.

Sentia a cidade empurrar-me e separar-me do homem. Ninguém o via caminhando lentamente, tão lentamente, com a cabeça erguida e com uma criança nos braços rente ao muro de pedra fria.

Agora eu penso no que podia ter feito. Era preciso ter decidido depressa. Mas eu tinha a alma e as mãos pesadas de indecisão. Não via bem. Só sabia hesitar e duvidar. Por isso estava ali parada, impotente, no meio do passeio. A cidade empurrava-me e um relógio bateu horas.

Lembrei-me de que tinha alguém à minha espera e que estava atrasada. As pessoas que não viam o homem começavam a ver-me a mim. Era impossível continuar parada.

Então, como o nadador que é apanhado numa corrente desiste de lutar e se deixa ir com a água, assim eu deixei de me opor ao movimento da cidade e me deixei levar pela onda de gente para longe do homem.

Mas enquanto seguia no passeio rodeada de ombros e cabeças, a imagem do homem continuava suspensa nos meus olhos. E nasceu em mim a sensação confusa de que nele havia alguma coisa ou alguém que eu reconhecia.

Rapidamente evoquei todos os lugares onde eu tinha vívido. Desenrolei para trás o filme do tempo. As imagens passaram oscilantes, um pouco trémulas e rápidas. Mas não encontrei nada. E tentei reunir e rever todas as memórias de quadros, de livros, de fotografias. Mas a imagem do homem continuava sozinha: a cabeça levantada que olhava o céu com uma expressão de infinita solidão, de abandono e de pergunta.

E do fundo da memória, trazidas pela imagem, muito devagar, uma por uma, inconfundíveis, apareceram as palavras:

- Pai, Pai, por que me abandonaste?

Então compreendi por que é que o homem que eu deixara para trás não era um estranho. A sua imagem era exactamente igual à outra imagem que se formara no meu espírito quando eu li:

- Pai, Pai, por que me abandonaste?

Era aquela a posição da cabeça, era aquele o olhar, era aquele o sofrimento, era aquele o abandono, aquela a solidão.

Para além da dureza e das traições dos homens, para além da agonia da carne, começa a prova do último suplício: o silêncio de Deus.

E os céus parecem desertos e vazios sobre as cidades escuras.

Voltei para trás. Subi contra a corrente o rio da multidão. Temi tê-lo perdido. Havia gente, gente, ombros, cabeças, ombros. Mas de repente vi-o.

Tinha parado, mas continuava a segurar a criança e a olhar o céu.

Corri, empurrando quase as pessoas. Estava já a dois passos dele. Mas nesse momento, exactamente, o homem caiu no chão. Da sua boca corria um rio de sangue e nos seus olhos havia ainda a mesma expressão de infinita paciência.

A criança caíra com ele e chorava no meio do passeio, escondendo a cara na saia do seu vestido manchado de sangue.

Então a multidão parou e formou um círculo à volta do homem. Ombros mais fortes do que os meus empurram-me para trás. Eu estava do lado de fora do círculo. Tentei atravessá-lo, mas não consegui. As pessoas apertadas umas contra as outras eram como um único corpo fechado. À minha frente estavam homens mais altos do que eu que me impediam de ver. Quis espreitar, pedi licença, tentei empurrar, mas ninguém me deixou passar. Ouvi lamentações, ordens, apitos. Depois veio uma ambulância. Quando o círculo se abriu, o homem e a criança tinham desaparecido.

Então a multidão dispersou-se e eu fiquei no meio do passeio, caminhando para a frente, levada pelo movimento da cidade.

**

Muitos anos passaram. O homem certamente morreu. Mas continua ao nosso lado. Pelas ruas.

 

 

  

(Sophia de Mello Breyner Andresen, in Contos Exemplares)

 

Quinta-feira, 5 de Abril de 2007

Caminhos

A sabedoria mostra que é preciso aprender a decifrar mapas para dar forma a sua estrada. Também ninguém vai garantir que o futuro será coroado em forma de uma loteria premiada, já que é quase certo que isso nunca ocorra.

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Quando falamos em carreiras, profissões, e no valor que isso representa na própria vida, temos que levar em consideração que o mundo depende de gente que consegue transformar capacitação em competência, e por conta disso sempre estaremos pela selecção dos mais adaptados.

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As luzes desses caminhos, não retractam homens, nem mulheres. O que temos é uma evolução pela troca onde dia após a dia um vai assumindo mais o lado do outro, criando pelo compartilhamento, um melhor entendimento, evolução e extensão de valores, possibilitando assim a reinvenção sobre o que achávamos que já estava consumado.

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Sabemos que a busca que tentamos ontem, continuará hoje, e se repetirá amanhã, depois e depois. Vivemos atrás dos tesouros materiais e espirituais, pela procura de novos efeitos e equilibrios, que combinem novos arco-íris, mesmo quando não conseguimos tocá-los ou alcançá-los.

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Acho que tudo surge, quando nos antecedemos de motivos. Coisas do tipo “porque estou aqui”, às vezes podem ser mais importantes do que as etapas da conquista, pois a convicção é a garantia para que estejamos envolvidos de entusiasmo dentro daquilo que queremos.

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Penso que nunca temos que fazer algo quando não existe a certeza da dimensão do onde pode nos levar e o quanto isso nos transformará. As consequências das mudanças são sempre maiores do que imaginamos, e daí enquanto houver duvidas, não avance. Estude e analise as possibilidades, sempre se preparando, para não se precipitar nas acções, ampliando sua previsibilidade para o domínio das situações.
O segredo da energia e a sua não dissipação tem a ver com o dominar e ser dominado, pois tudo que somos e fazemos deve despertar sensores para que sejam encaminhados ao cérebro, descodificando e sinalizando motivos para avanços ou não. Todo princípio deve conduzir a resultados, mas longe deles, seu inicio estará na percepção dos olhos alheios, na sensação do conforto, no colo e envolvimento, na força das pessoas e no desejo de encontrar alquimia entre elas.

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Tu podes ser muito bom em alguma coisa, mas alguma coisa pode não ser muito mais do que o mínimo para estar de pé. Inclui diversidade e quantidade no que fazes, pois nem todos que te ouvem e querem são iguais e isso fará muita diferença.
Sempre deverá existir algo que te faça avançar, que venha a te motivar, que construa dias de 24 horas, que plante teu desejo de continuar, que te inclua no papel principal da tua historia, que te inspire a estar bem e feliz.

Valemos a pena, mas às vezes esquecemos, pela ausência de tempo, que devemos criar espaços para brindarmos a nós mesmos.
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Um brinde a ti!

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Um brinde para te abençoar, para que tudo que faças, mesmo o simples, tenha um grande significado.
E que a tua vida, se junte a um destino, que não precisa ser o melhor do mundo, mas que seja o escolhido por ti, e só porque tu vales a pena.
Um brinde, um sorriso, e a certeza de que a historia, mesmo entre altos e baixos, é a grande causa da nossa presença e existência.
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Viver é isso, saber que somos fantásticos, já que sofremos pelos erros, pelas tentativas, e mesmo assim não abandonamos a renovação dos sonhos.

sinto-me:
publicado por Pipoca às 08:20
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Quarta-feira, 4 de Abril de 2007

Aparentemente!

 

Aparentemente, ninguém me despediu!

Por lei, o meu contrato renovou automáticamente por um período igual, ou seja, mais um ano!

Sinto-me aliviada!

Afinal, com tantas contas a pagar no fim do mês, se ficasse desempregada, não sei bem o que faria... e, tenho visto as noticias, onde todos os dias falam nos milhares de desempregados que existem por esse país fora... não queria fazer parte da estatistica!

Porém, tenho a minha chefe de férias! E como é obvio, o trabalho dela sobrou para mim!

Não me estou a queixar... de maneira nenhuma! Antes assim! Apenas estou a descrever o facto. Facto esse que me está a deixar quase sem tempo até para as minhas visitas ao mundo blogueiro! Enfim...

Volto assim que me for possível!

 

sinto-me: Bem!
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publicado por Pipoca às 10:32
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Terça-feira, 3 de Abril de 2007

Há pessoas que sabem escrever!

 

De facto, há pessoas que sabem mesmo escrever...

Redacção feita por uma aluna de Letras, que obteve a vitória num concurso interno promovido pelo professor da cadeira de Gramática Portuguesa.

Era a terceira vez que aquele substantivo e aquele artigo se encontravam no elevador.

Um substantivo masculino, com aspecto plural e alguns anos bem vividos pelas preposições da vida. O artigo, era bem definido, feminino, singular. Ela era ainda novinha, mas com um maravilhoso predicado nominal. Era ingénua, silábica, um pouco átona, um pouco ao contrário dele, que era um sujeito oculto, com todos os vícios de linguagem, fanático por leituras e filmes ortográficos.

O substantivo até gostou daquela situação; os dois, sozinhos, naquele lugar sem ninguém a ver nem ouvir. E sem perder a oportunidade, começou a insinuar-se, a perguntar, conversar. O artigo feminino deixou as reticências de lado e permitiu-lhe esse pequeno índice.

De repente, o elevador pára, só com os dois lá dentro.

Óptimo, pensou o substantivo; mais um bom motivo para provocar alguns sinónimos. Pouco tempo depois, já estavam bem entre parênteses, quando o elevador recomeçou a movimentar-se. Só que em vez de descer, sobe e pára exactamente no andar do substantivo.
Ele usou de toda a sua flexão verbal, e entrou com ela no seu aposento.
Ligou o fonema e ficaram alguns instantes em silêncio, ouvindo uma fonética clássica, suave e relaxante. Prepararam uma sintaxe dupla para ele e um hiato com gelo para ela.

Ficaram a conversar, sentados num vocativo, quando ele recomeçou a insinuar-se. Ela foi deixando, ele foi usando o seu forte adjunto adverbial, e rapidamente chegaram a um imperativo.

Todos os vocábulos diziam que iriam terminar num transitivo directo.

Começaram a aproximar-se, ela tremendo de vocabulário e ele sentindo o seu ditongo crescente. Abraçaram-se, numa pontuação tão minúscula, que nem um período simples, passaria entre os dois.

Estavam nessa ênclise quando ela confessou que ainda era vírgula.

Ele não perdeu o ritmo e sugeriu-lhe que ela lhe soletrasse no seu apóstrofo. É claro que ela se deixou levar por essas palavras, pois estava totalmente oxítona às vontades dele e foram para o comum de dois géneros.

Ela, totalmente voz passiva. Ele, completamente voz activa. Entre beijos, carícias, parónimos e substantivos, ele foi avançando cada vez mais.

Ficaram uns minutos nessa próclise e ele, com todo o seu predicativo do objecto, tomava a iniciativa. Estavam assim, na posição de primeira e segunda pessoas do singular.

Ela era um perfeito agente da passiva; ele todo paroxítono, sentindo o pronome do seu grande travessão forçando aquele hífen ainda singular.

Nisto a porta abriu-se repentinamente.

Era o verbo auxiliar do edifício. Ele tinha percebido tudo e entrou logo a dar conjunções e adjectivos aos dois, os quais se encolheram gramaticalmente, cheios de preposições, locuções e exclamativas.

Mas, ao ver aquele corpo jovem, numa acentuação tónica, ou melhor, subtónica, o verbo auxiliar logo diminuiu os seus advérbios e declarou a sua vontade de se tornar particípio na história. Os dois olharam-se; e viram que isso era preferível, a uma metáfora por todo o edifício.

Que loucura, meu Deus!

Aquilo não era nem comparativo. Era um superlativo absoluto. Foi-se aproximando dos dois, com aquela coisa maiúscula, com aquele predicativo do sujeito apontado aos seus objectos. Foi-se chegando cada vez mais perto, comparando o ditongo do substantivo ao seu tritongo e propondo claramente uma mesóclise-a-trois.

Só que, as condições eram estas:

Enquanto abusava de um ditongo nasal, penetraria no gerúndio do substantivo e culminaria com um complemento verbal no artigo feminino.
O substantivo, vendo que poderia transformar-se num artigo indefinido depois dessa situação e pensando no seu infinitivo, resolveu colocar um ponto final na história. Agarrou o verbo auxiliar pelo seu conectivo, atirou-o pela janela e voltou ao seu trema, cada vez mais fiel à língua portuguesa, com o artigo feminino colocado em conjunção coordenativa conclusiva.

 

Fernanda Braga da Cruz

 



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publicado por Pipoca às 10:33
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